Category Archives: Caminhos da Evolução

Aqui serão disponibilizados algumas evidências e provas evolutivas estudados ao longo das décadas.

A Vida às Escuras e suas Estranhas Criaturas

Seres que saem à noite ou vivem em  lugares escuros, como cavernas, muitas vezes têm sentidos altamente apurados, como, por exemplo, a audição e o olfato. No meio da noite, alguns apresentam altíssima visão noturna e conseguem ver perfeitamente no escuro e até mesmo espectros de luz invisíveis aos nossos olhos. Outros desenvolveram mecanismos novos de localização, como no caso de algumas espécies de morcegos que apresentam ecolocalização- um mecanismo de orientação espacial utilizado durante o vôo em que estes animais medem o intervalo de tempo entre o estalo da língua e o eco produzido pelo mesmo. Realmente um mecanismo super aprimorado. Estas adaptações permitem que estes animais encontrem seu caminho de casa ou consigam obter suas presas no escuro e mostram as extraordinárias soluções encontradas pela natureza para um problema comum.

Abaixo selecionamos alguns animais bizarros, mas ao mesmo tempo impressionantes por apresentarem adaptações à vida nas escuras. (Crédito às imagens: Wikimedia Commons, sob licença CC).

Tarsius

Apesar de seu corpo em miniatura, eles tem olhos enormes. Seus olhos são tão grandes que não podem movê-los,para isto precisam girar o pescoço. O Tarsius é um prosímio, um dos menores do mundo. Apesar de ser pequeno e inofensivo, este animal é um caçador de insetos extremamente agressivo. Ele se lança sobre sua presa pulando até seis metros de altura para então devorá-la avidamente. Uma característica interessante destes animais é que são altamente sociáveis, e vivem em pares ou em grupos grandes, caçando insetos em bandos.

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A Evolução em Jogo

O site Darwin Today apresenta dois jogos interessantes sobre evolução: o “Extinct!‘ e o “Monster Evolution”. O primeiro mostra a evoluação de vegetais; nele você terá que controlar o crescimento de uma planta com o objetivo de torná-la cada vez mais produtiva a ponto de desenvolver mais folhas (que irão obter oxigênio e realizar fotossíntese), desenvolver as raizes (responsáveis em absorver água e sais minerais) e produzir frutos e flores que irão ajudar no momento da reprodução e dispersão da espécie. Neste jogo você deverá estar atento à chuva, luz solar e nos agetes polinizadores (abelhas), fatores essenciais no desenvolvimento das plantas. Para começar escolha o tamanho da tela e depois clique em “Play as a Wild Plant”  e  em “Start”.

O segundo jogo, “Monster Evolution” mostra alguns tipos de adaptações de seres vivos na natureza. A idéia do jogo, no entanto é fazer com que você construa seu próprio ser através da escolha de nariz, boca, orelhas e olhos e teste sua sobrevivência no ambiente. Clique em “Play” para começar e depois de ter criado o seu monstro clique em “Press Wild!”.

Plantas Carnívoras: As Plantas Contra-atacam

Nepenthes rafflesiana (Foto: Wikimedia Commons)

Elas são estranhas, porque se contrapõem a regra da natureza. As plantas carnívoras contra atacam, devoram insetos e pequenos vertebrados. São consideras por alguns verdadeira anomalia botânica. Mostram notáveis artimanhas adaptativas que as tornaram verdadeiras especialistas na sobrevivência em alguns solos antes inexplorados por vegetais. São, de fato, uma grande conquista do reino vegetal. São poucas as que realmente comem carne de animais, em especial elas preferem pequenos insetos como moscas, besouros, aranhas, formigas, mas em condições de extrema escassez de alimentos ou até mesmo por descuido de alguns animais, umas poucas espécies atacam pequenos mamíferos, aves e repteis. Mas por que fazem isto?

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Tubarão-Branco: O Rei dos Mares

Todos nós temos medo do grande tubarão-branco. É claro que, depois de assistir a filmes como Tubarão de Steven Spilberg, não há como não se arrepiar ao pensar em um ambiente inóspito de água infinita, rondada por um imenso animal feroz de dentes dilacerantes.

O aspecto mais aterrorizante do tubarão – e que o ajudou a se manter no topo da cadeia alimentar por mais de 400 milhões de anos – é a ferocidade, precisão com que avança sobre as vítimas e suas incríveis adaptações que o tornaram único nos mares. Espécies como o grande tubarão branco – o mais perigoso de todos – treinam suas habilidades de caçador antes mesmo do nascimento. Os embriões disputam espaço devorando-se uns aos outros dentro do útero da mãe.  É sem dúvida desolador pensar nesta realidade, mas faz parte da natureza destes animais.

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A Vida ao Extremo

A vida sempre nos surpreende nos seus mais simples exemplos. Aonde quer que olhemos lá está ela; desde as águas mais límpidas e calmas de um lago até ambientes quentes e infernais em que borbulham ácido sulfúrico.   Alguns seres são campeões  em viver em ambientes extremos, em especial um grupo chamado de Archaeas (Domínio Archaea). Amantes da “vida ao extremo”, elas desafiam nosso conceito de vida e mostram as incríveis artimanhas encontradas  para viver nos mais diversos e inóspitos ambientes. A descoberta de bactérias e archaeas sob condições adversas, já levaram inclusive astrobiológos a sugerirem que a vida poderia existir em outros planetas do sistema solar, onde as condições são pouco usuais quando as comparadas com a da Terra. Conheça algumas adaptações de espécies extremófilas, e seus respectivos ambientes.

Depósito salino no Mar Morto

Vivendo a Altas Concentrações Salinas: Os Halofílicos
O salinidade pode ser inimiga de muitos organismos, isto porque estão submetidos à alta pressão osmótica capaz de causar desequilíbrio hídrico. Nas águas salgadas do Mar Morto- considerado por muito tempo um mar sem vida-, existem numerosos seres vivendo e interagindo, desde bactérias passando pelas algas e chegando pequenos camarões. Uma biodiversidade rica e em grande maioria pouco explorada.  Microrganismos para viverem  em tais ambientes mantém baixa concentração de NaCl no citoplasma a custa de “bombas iônicas” (proteínas que expulsam o excesso de íons Na+), sintetizam “solutos compatíveis” (açúcares, glicerol etc) que atraem íons   responsáveis em manter o equilíbrio osmótico. Proteínas e estruturas internas das células apresentam  conformações funcionais resistentes a concentrações elevadas de sal (contém grande quantidade de aspartato e glutamato na superfície).Outros exemplos de ambientes que apresentam altas concentrações salinas são: Lago Owen na Califórnia e o Grande Lago Salgado em Utah (Estados Unidos).

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Um Zoológico em Você

Depois de concluído o Projeto Genoma Humano ficou claro que compartilhamos diversos genes com outros organismos. Talvez você não queira aceitar, mas temos muita coisa em comum com outros seres vivos, sejam eles moscas, vermes ou elefantes. Várias partes de você, incluindo  seus genes mostram-se semelhantes à outros animais, e em alguns casos, até mesmo com aqueles que viveram à meio bilhão de anos atrás. Isto é impresionante e revela que todas as criaturas na Terra, de uma forma ou de outra  são apenas variações de um  mesmo tema.

Um zoológico em Você (Créditos: PBS Vídeos)

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Guerra dos Mundos

Imagine um gigantesco exército de monstros armados invadindo uma das mais seguras fortalezas da Terra. Para se protegerem os soldados lutam como podem contra os invasores e utilizam todas suas táticas de guerra.  Estas cenas poderiam ser confundidas com clássicos do cinema, como o “Senhor do Anéis“, em “O Retorno do Rei“, mas o que estamos falando na verdade trata-se de confrontos que ocorrem normalmente na natureza.

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Dinossauros: O Passado Extinto do Planeta

Dinossauros

A extinção deles continua sendo um enigma para a ciência. Dominaram o planeta durante milhões de anos- do início do Jurássico até o fim do Cretáceo-, habitando todos os quatro cantos do globo. Parece inacreditável, mas um império bem consolidado com inúmeras espécies bem adaptadas e diversificadas, veio a desaparecer em pouco tempo, sem deixar muitas pistas deste acontecimento. O que existem atualmente são diversos registros fósseis deste passado e muitas teorias, as vezes conflitantes, tentando desvendar as causas misteriosas do seu sumiço. A maioria delas tem focado em mudanças climáticas, talvez provocada por vulcanismo, baixo nível do mar, e alterações nas placas tectônicas. Centenas de outras teorias foram desenvolvidas, algumas razoáveis, e outras duvidosas (incluindo a dizimação por alienígenas!).

Exposição do Museu de Chicago

A mais famosa e bem aceita teoria da extinção, no entanto, é da queda de um imenso asteróide há 65,5 milhões numa região do México. Segundo a teoria, o impacto de um asteróide  teria sido suficiente para arremessar uma grande quantidade de poeira e de pedregulhos para a órbita terresre, bloqueando, assim a luz solar, e levando a formação de chuvas de meteoros que  aniquilaram muitas espécies. Em consequencia destas modificações,  vegetais que necessitam da luz solar teriam morrido, fazendo que muitos dinossauros herbívoros terrestres se extinguissem, seguindo o mesmo raciocínio, os carnívoros de grande porte também não resistiram devido a escassez de alimentos. Como se percebe, o impacto modificou completamente a cadeia alimentar. Outras modificações na temperatura e clima seriam fatais para muitas espécies bem adaptadas. Mas o que dizer daquelas que habitavam regiões distantes do impacto e das que tinham um habitat amplo? As principais espécies afetadas foram, as terrestres e também os animais de grande porte que precisavam de grande suprimento alimentar. Algumas espécies pequenas e voadoras permaneceram por mais tempo e chegaram a dar origem as aves atuais.

Para muitos esta teoria  não explicaria nada, mas parando para pensar, sabemos, por exemplo, que muitos animais não toleram modificações bruscas no ambiente, e talvez, seja por causa disso, que muitas espécies atualmente estão se extinguindo com o aquecimento global.

Mas uma coisa é verdade: se não tivessem se extinguido nós não estaríamos aqui. A extinção destes animais abriu um leque de oportunidades para os mamíferos habitarem outros ambientes antes dominados por eles. Não se surpeenda, pois nossos antepassados não passavam de pequenos roedores que se refugivam em troncos de árvores e pequenos esconderijos terrestres, vivendo à sombra dos grandes dinossauros. Com a extinção, foi possível que novas espécies ficassem livres para explorar novos nichos ecológicos e dominassem de vez o planeta. Isto, pelo que parece, foi um grande passo para a evolução dos mamíferos no mundo.

Conheça um pouco do registro fóssil dos dinossauros e do trabalho de paleoantropólogos durante e escavação e montagem dos esqueletos. “Virtual Dinosaur Dig” pertence ao Museu Nacional de História Natural de Smithsonian.

Fonte: Museu Nacional de História Natural de Smithsonian.

The Dinosaur Museum

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Linguado e sua História Evolutiva

Pensa-se, muitas vezes, que a evolução tem algo a ver com encontrar soluções ótimas para os problemas que a vida apresenta. Mas a seleção natural só pode trabalhar com os materiais disponíveis – materiais que são, por sua vez, os resultados de muitos milhões de anos de história evolutiva. Ela nunca começa com uma folha em branco. Se o ótimo fosse o caso, então os tetrápodes (animais que andam sob quatro patas), ao se depararem com o problema de andar sobre a terra, poderiam talvez ter evoluído rodas em vez de terem suas nadadeiras transformadas em pernas. Mas isso não é o que acontece! Um interessante exemplo de história evolutiva é o linguado.

O linguado

Os Linguados (ordem Pleuronectiformes) compõem um grupo de peixes achatados que possui ambos os olhos localizados em um só lado da cabeça. Entretanto, durante o desenvolvimento embrionário, os olhos do linguado são simetricamente posicionados em cada lado da cabeça. A larva então passa por uma metamorfose, onde um olho  “migra” para o outro lado. Sem dúvida algo impressionante, mas a explicação é simples: os olhos do linguado são inteiramente torcidos por causa de sua história evolutiva, já que seus ancestrais tinham provavelmente corpo laminar e lateralmente dispostos. As mudanças conformacionais surgiram da necessidade de se estabelecer no fundo, já que neste ambiente o peixe é capaz de conseguir alimento e se proteger contra possíveis predadores. Este é um exemplo clássico de como na evolução os organismos se adequam as condições impostas pelo ambiente, mas sem se esquecer de seu passado evolutivo. Que lição heim!

Escondido no fundo...

Para saber mais leia:

A Escalada do Monte Improvável – Uma defesa da Teoria da Evolução, Richard Dawkins

O Maior Espetáculo da Terra – Richard Dawkins (Cia das Letras)

Origem das Espécies – Charles Darwin (Ediouro)

Acesse:

EOL – Encyclopedia of Life

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Baleias e o Registro Fóssil

Fósseis oferecem pistas cruciais para a evolução, porque muitas vezes revelam como criaturas notáveis apareceram na face da terra. Alguns deles até mesmo mostram indícios da evolução em ação.

Como sabemos, as baleias estão muito bem  adaptadas à vida na água, mas, como nós  são mamíferos. Durante seu percurso evolutivo tiveram que aprender a  respirar, dar à luz e amamentar suas crias. No entanto, há boas evidências de que mamíferos evoluíram inicialmente em terra. Se assim é, então os ancestrais das baleias devem ter se adaptado ao modo de vida aquático  a alguns milhões de anos na sua história evolutiva.

Pakicetus

Ambulocetus e Pakicetus são exemplos de registros fósseis que temos atualmente.Estas criaturas apresentavam características morfológicas semelhantes as atuais baleias em especial a anatomia dos ouvidos, e é por causa destas semelhanças  que foi possível cientistas fazerem associações. Estudos posteriores mostraram  que estes animais animais tinham vida intermediária, isto é, viviam tanto em ambientes aquáticos quanto terrestres.

O registro fóssil é como um filme da evolução, no qual 999 de cada mil fotografias desaparecem. Mas mesmo assim, os paleontólogos acham dezenas de formas intermediárias que nos dão pistas sobre o passado de diversas formas de seres e nos ajudam a construir a incrível história da vida.

Ambulocetus

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Para saber mais leia:

O Maior Espetáculo da Terra – Richard Dawkins (Cia das Letras)